Não sai de mim esta ideia fixa
Reavivar tudo que vivi no passado
Trazendo comigo todos os sonhos
Que enfeitava meu mundo criança
Tudo passava fugaz a minha frente
Nas rodas do tempo perdia a noção
Não dava para ver os dias passarem
As brincadeiras eram inúmeras
A gangorra embalava as fantasias
Bola de gude, fura pé, jogava pião
Fica vidrado vendo ele rodopiar
A cabeça rodopiava dando voltas
Hipnotizado ficava, fora da realidade
As cantigas de roda fazia-me viajar
Domarê, Se esta rua fosse minha
Alecrim, O cravo brigou com a rosa
As preocupações fugiam com a brincadeiras
Tudo era motivo para galhofada, gargalhada
A meninada brincando no coreto da praça
Sem malícia brincavam meninas e meninos
Tudo decorria na mais perfeita harmonia
Hoje vejo para mim depois de grande
Recordando-me das travessuras de menino
Quem nunca tomou frutas emprestadas no pé
Eu digo emprestada porque a natureza
Encarrega-se de devolver ao seu dono
O perfume do jasmim perfuma as noites
Pela manhã o sonho chocava-se com o real
Fazendo o homem entrar no cenário
Osvaldo Teles
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