A CRUEL SOMBRA DE UMA LOUCURA
Eu sou um louco
Ando pela estrada
Da vida sem rumo
E sem direção
Ando pela calçada
Sem razão
Fujo do mundo
Como uma presa
Correndo do leão
Dormindo pelas
calçadas
Não sei quem sou
Não tenho dono
Só tenho ao meu
Lado abandono
Há na vida
Uma esperança de
encontrar-me
Mais eu prefiro
A minha loucura
Pois não estou
Em contato com este
mundo sem amor
Trilho por
estrada desconhecida
Com a minha mente
Perdida e banida
De uma sociedade
ferida
Com a identidade
desconhecida
Trago na mente
Farrapo de gente
Travo em versos
A tragédia de um
homem
Perdido sem
consciência e razão
Que dilacera seu
próprio coração
Minha alma clama
Pela fraternidade que um dia
Foi isolada em
uma
Alma esfarrapada
Sem rumo da sua
estrada
Segue
desorientado
Fazendo da sua
perna
Automóvel que lhe
locomove
Em regato em
regato
Fazendo da água
seu espelho
Onde passa o
filme
Ligeiro de uma
vida
Sem consciência
Sem leito nem pão
Tem como mão
amiga
O choque no
cérebro
E a camisa de
força
Atando suas mãos
Eu sofro a cruel
Sombra de uma
loucura
Não tenho
esperança
Do acalanto do
meu pranto
Não encontro minha Verônica
Que enxugue o meu
rosto
Depois que os
meus olhos
Tenham derramado
torrentes
De lágrimas
sofridas
Se eu a
encontrasse
No seu manto
ficaria
O meu rosto
Pois o cristo
sofre comigo
Na sombra de um
mundo louco.Osvaldo Teles
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