Projetos culturais na Bahia
A cultura da Bahia é uma das mais ricas e
diversificadas do Brasil. O Estado da Bahia é considerado um dos mais ricos
centros culturais do país, lar das mais típicas manifestações de cultura
popular, tais como a culinária, a música e praticamente todas as artes.Os
baianos são, na maior parte, o resultado de gerações de miscigenação entre os
índios nativos, os colonizadores portugueses e os africanos escravizados. O
resultado é um povo alegre, sempre pronto para festas, comemorações e muita
diversão. Essa vasta expansão cultural manifesta-se de muitas maneiras. Entre
as principais expressões da cultura baiana estão:
• Capoeira – Uma
expressão pura da cultura afro-brasileira. Como uma arte marcial, a capoeira
foi criada pelos escravos africanos na Bahia como uma esperança de
sobrevivência, uma ferramenta com a qual um escravo foragido, completamente
despreparado, poderia sobreviver e lutar contra os agentes coloniais
encarregados de encontrar os fugitivos. Por esse motivo, foi declarada ilegal
pelos colonizadores portugueses. Então, para continuar praticando esse estilo
de luta, os escravos viram a necessidade de disfarçá-la como uma dança. O
resultado é uma forma de arte que combina luta, dança, e música. Em Trancoso,
há sessões regulares de treinamento de capoeira e apresentações públicas, que
são frequentadas por muitas crianças, moradores locais e visitantes.
• Candomblé – Uma religião com influência africana que
adora os Orixás, entidades consideradas “espíritos da natureza” e associadas
aos quatro elementos: terra, fogo, água e ar. Pode ser descrita como a crença
na energia positiva dos antepassados, que viveram nessa terra e que continuam a
nos ensinar. No início da colonização, os rituais de candomblé eram praticados
em quintais e nas senzalas. Para ocultar a sua religião dos colonizadores
portugueses, os escravos africanos associavam cada divindade do candomblé a um
santo correspondente do catolicismo, resultando em um sincretismo religioso que
dura até hoje. Independentemente de raça ou classe social, essa mistura de
religiões africanas e do cristianismo já está incorporada na vida cotidiana
baiana. A maioria das pessoas na Bahia se identifica com um ou mais dos “pais”
Orixás e oram para eles, pedindo proteção, saúde e paz.
• Forró – Uma das principais danças tradicionais locais
que pode ser vista na maioria das festas na Bahia. É um ritmo local cativante
que faz os quadris mexerem e as pistas de dança lotarem! Os sorrisos largos,
contagiantes e o bem-estar geral são os sinais e indícios comuns identificados
nos dançarinos. Tradicionalmente, é uma dança de casal e a música envolve apenas três instrumentos (o
acordeão, a zabumba e o triângulo).
A cultura desenvolvida em
Salvador, primeira capital do Brasil até 1763, e no Recôncavo baiano, exerceu
influência decisiva em outras regiões do país, e na própria imagem que se tem
do Brasil no exterior. Desde o século XVII observa-se no estado uma dualidade
religiosa: de um lado, a religião católica (de origem européia); do outro, o
candomblé (de origem africana).
Já no século passado
firmou-se o gosto do baiano - tanto o de origem abastada quanto o pobre - pelo
epigrama (tipo de poesia satírica); pelas modinhas (poesia lírica musicada); e,
também, pelos sermões religiosos, praticado desde Frei Vicente do Salvador e
tendo seu ápice em António Vieira.
A chegada dos africanos
vindos do Golfo de Benim e do Sudão, no século XVIII, foi decisiva para
desenvolver a cultura da Bahia como um todo. Segundo Nina Rodrigues, isso é o
que diferencia a cultura baiana da cultura encontrada nos outros estados
brasileiros. Nesses, os africanos que vieram eram, predominantemente, os negros
bantos de Angola.
Os negros iorubanos e
nagôs estabeleceram uma rica cultura nas terras da Baía de Todos os Santos.
Pois que tinham religião própria, o candomblé; música própria, a chula, o
lundu; dança própria, praticada no samba de roda; culinária própria, que deu
origem à culinária baiana, inventando diversos pratos com base no
azeite-de-dendê e leite de coco (tudo com muita farinha-de-guerra dos índios
tupinambás e tapuias), e sobremesas, desenvolvendo o que veio de Portugal; luta
própria, a capoeira, e o maculelê; vestimenta própria, aliando as já
tradicionais indumentárias africanas às fazendas (tecidos) portugueses; e uma
mistura de línguas, mesclando iorubá com português.
No século XIX, os
visitantes começaram a cultuar a imagem da Bahia como de uma terra alegre,
bonita, rica (por causa da cana-de-açúcar e das pedras preciosas das Lavras) e
culta, que dava ao Brasil grandes intelectuais e ministros do Gabinete
Imperial, como Rui Barbosa, que foi ministro da Fazendo no final do século XIX.
Na década de 1870, as
baianas começaram a migrar para o Sudeste do país em busca de emprego. E,
assim, essas "tias" baianas foram disseminando a cultura da Bahia,
vendendo acarajés em seus tabuleiros e gamelas, dando festas onde se dançava
samba-de-roda (que, mais tarde, modificado pelos cariocas, iria resultar no
samba como se tornou conhecido), desfilando suas batas e panos-da-costa pelas
ruas da Capital Federal. Por isso, naquela época, chamava-se de baiana todas as
negras bonitas, segundo afirma Afrânio Peixoto, no "Livro de Horas".
A partir da década de 20
do século XX, torna-se moda fazer músicas em louvor à Bahia. E houve grande
polêmica quando o sambista Sinhô, contrariando, cantou que a Bahia era
"terra que não dá mais coco". Baianos e cariocas, tais como Donga,
Pixinguinha, Hilário Jovino Ferreira e João da Baiana, foram defender a Bahia.
A partir da década de 30,
primeiro pelos romances de Jorge Amado e depois pelas músicas de Dorival
Caymmi, ficou estabelecida ante o Brasil a imagem que se tem da Bahia, de um
local paradisíaco, com povo hospitaleiro e festeiro, perdurando até os dias
atuais.
Qualicultura retorna à
Paulo Afonso com o módulo de financiamento cultural
Nos dias 03 e 04 de maio,
chega a Paulo Afonso o Curso de Financiamento Cultural do Qualicultura, projeto
de parceria entre a SecultBA e o SEBRAE que tem como objetivo estimular o
desenvolvimento e o fortalecimento dos setores da economia criativa por meio de
cursos e oficinas. Com carga horária de 16 horas, serão [...]
Palestras e
videoconferências realizadas pela SecultBa orientam sobre execução de Projetos
A Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia (SecultBA) realiza nesta quinta-feira (25), às 14h, no
Instituto Anísio Teixeira (IAT), mais uma videoconferência (com abrangência
para 32 municípios da Bahia através do programa Rede
Educação:www.iat.educacao.ba.gov.br) sobre os vários aspectos da execução dos
Projetos do Fundo de Cultura e do Fazcultura. O objetivo é de [...]
Grupo de música
tradicional, integrante do Ponto de Cultura Sons de Canudos/Associação
Sociocultural Umbigada, Pífanos de Bendengó, se apresenta em Lisboa (Portugal),
dias 25 e 26 de abril, durante as comemorações do Ano do Brasil em Portugal,
com patrocínio da Funarte/Minc. Já em maio, a banda participa do show de
encerramento da II Celebração dos Sertões.
Filme “Depois da Chuva”,
apoiado pela SecultBA, será exibido no Festival de CannesO longa apoiado pela
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através da chamada pública
Demanda Espontânea, em 2011, “Depois da Chuva”, foi selecionado pelo Festival
de Cinema Independente de Buenos Aires (Bafici) para sessão especial no
Festival de Cannes (França). Dirigido por Cláudio Marques e Marília Hughes, o
longa-metragem será exibido em sessão.
SecultBA divulga
resultado da chamada pública Demanda Espontânea
A Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia (SecultBA) anuncia nove projetos pré- selecionados através
de edital Demanda Espontânea 2013, do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Os
projetos contemplam áreas transversais – encontros e seminários de caráter
nacional -, dança, música, ópera, festas populares e arte integrada. No total,
serão investidos aproximadamente R$ 977 [...
Encontro sobre festivais
e mostras marca Dia Internacional da Dança
Representantes de
importantes eventos de difusão da dança na Bahia se reúnem no TCA para um
debate com o público Em 29 de abril (segunda-feira), Dia Internacional da
Dança, às 20 horas, na sala principal do Teatro Castro Alves (TCA), será
realizado o encontro Festivais e Mostras de Dança: Trajetórias e Impactos na
Sociedade. O [...]
Confira a programação da
II Celebração das Culturas dos Sertões em Salvador e Juazeiro
APOIO A PROJETOS, ENCONTROS E CURSOS
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Paulo Afonso com o módulo de financiamento cultural
CIRCUITO POPULAR
Espetáculo “Sertão da
Gente” abre programação da II Celebração das Culturas dos Sertões ENCONTROS E
CURSOS, TERRITÓRIOS CULTURAIS
FUNCEB ITINERANTE circula
pela Bahia e promove encontros em sete cidades
ENCONTROS E CURSOS, TERRITÓRIOS CULTURAIS
Cultura dos vaqueiros no
sertão baiano é retratada em exposição fotográfica
MÚSICA
Quarta dos Tambores
homenageia marisqueiras e pescadores do Recôncavo
ARTESANATO, FUNDO DE CULTURA, TERRITÓRIOS
CULTURAIS
Caeté Açu: Exposição
apoiada pela SecultBa mostra lixo que vira arte
ENCONTROS E CURSOS, LITERATURA, MÚSICA
Oficinas e mini-cursos
dinamizam a programação da II Celebração das Culturas dos Sertões
CIRCUITO POPULAR
ENCONTROS E CURSOS, MÚSICA
Bandas baianas fazem
intercâmbio com artistas de Londres no Pelô, em Ilhéus e no Reino Unido
CIRCUITO POPULAR
Mostra “O Sertão é o Mundo”
prossegue nesse fim de semana nos Espaços Culturais
FILARMÔNICAS, MÚSICA
APOIO A PROJETOS, FUNDO
DE CULTURA
Palestras e
videoconferências realizadas pela SecultBa orientam sobre execução de Projetos
SE LIGA AÍ
II Celebração das
Culturas dos Sertões reúne grandes nomes no TCA e em Juazeiro
Caboco Capiroba faz novo
show no Pelourinho no próximo sábado
A marujada
A Marujada, uma das mais
tradicionais manifestações culturais de Curaçá, em homenagem ao padroeiro São
Benedito, que acontece nos dias 30 e 31
de dezembro, terá seu destaque no I Salão Baiano de Turismo, realizado a partir
de hoje, em Salvador. Uma equipe de marujos partiu na tarde de ontem para a
capital baiana e já se encontra no Salão, fazendo as apresentações, numa
síntese de como se dá o espetáculo na nossa Cidade. O evento é o maior marketing turístico da Bahia e reunirá os
atrativos das 13 Zonas Turísticas do estado, 55 operadores internacionais, 60
operadores nacionais, 40 jornalistas especializados nacionais e internacionais,
todo trade turístico da Bahia, além de um público estimado em 3 mil pessoas por
dia.
Negro fugido
O Nego Fugido é um
espetáculo da cultura popular santamarense que funde elementos da dança, da
música, do candomblé e do teatro. Ele registra uma manifestação popular única,
mantida há pelo menos um século pelos moradores de Acupe. Trata-se de uma
encenação que recria, anualmente, a luta pela libertação dos escravos. Tendo
como cenário as ruas de Acupe, os personagens de Nego Fugido revivem o ideal de
liberdade almejado pelos escravos. Esta encenação traduz a versão dos moradores
do local em relação à libertação dos escravos: uma conquista dos negros e não
uma concessão dada pela princesa Isabel.
O “Nego Fugido” conta a
história do negro que fugia, era perseguido nas matas e vestia-se de folhas de
bananeira para se camuflar. É uma manifestação popular única, que se mantém
desde o século XIX, originária de escravos africanos de origem Nagô. Trata-se
de uma recriação das lutas da resistência negra contra o regime escravocrata,
encenada até hoje pelos moradores de Acupe, distrito de Santo Amaro.
Zambiapunga
A cidade de Nilo Peçanha,
na Bahia, que tem cerca de 18.000 mil habitantes, traz como maior representação
cultural dos seus legados, o zambiapunga que é considerada o símbolo da cultura
popular da região. Esta manifestação,
que tem mais de duzentos anos de existência, simboliza o autêntico folclore
baiano e é considerada uma manifestação exclusiva da Região do Baixo Sul da Bahia.
Tem origem nos povos bantos, que vieram da África, mais especificamente do
Congo e de Angola.
Tradicionalmente o Zambiapunga desfila na
madrugada do dia 31 de outubro para o dia 1º de novembro, nos festejos juninos
e, sobretudo, nos que envolvem a devoção ao padroeiro da cidade. Porém, uma
outra data significativa para a apresentação desta dança ocorre no dia de Todos
os Santos, que antecede o feriado de finados. Neste dia em especial, o colorido
das roupas usadas na apresentação, representa as boas energias para receber os
espíritos com cores e alegria.
O grupo de Zampiapunga de Nilo Peçanha é
formado por cerca de 60 homens que saem mascarados, trajando roupas e capacetes
coloridos feitos de papel de seda e cetim. Os sons, que são tocados nestes eventos
culturais, são extraídos de instrumentos como enxadas, tambores, cuícas (berra
boi) e búzios - ferramentas utilizadas pelos escravos no dia a dia de seus
trabalhos nas lavouras e nos remanescestes de quilombos que ainda hoje existem
nesta região.
Este grupo tem no total
120 integrantes, sendo 70 adultos e 50 crianças e adolescente entre 10 e 18
anos (estes últimos fazem parte do Zambiapunga mirim). Uma curiosidade do grupo
é o laço de parentesco que existe entre eles, já que a grande maioria faz parte
de um mesmo núcleo familiar. Dessa forma, dá-se continuidade a uma tradição
herdada de pai para filho originada dos antigos mestres da cultura popular da
região.
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