sábado, 12 de novembro de 2016

Botei a máscara

Botei a máscara de palhaço sobre a face
Para esconder os traços de tristeza
Risos falseados saíram involuntários
As lágrimas borraram a pintura
Esperança, esperança é que impulsiona
Esperando descobrir quem eu sou
Seja o que Deus quiser, não me entrego
Às vezes fico como estivesse em uma ilha
Com a nau quebrada sem poder retornar
Um mar de angústia a me cercar
As cores me foram furtadas
Abri a janela do horizonte nada vi
A poesia que estava escrita se desfez
A trilha sonora que fazia dançar os sonhos
Perdeu o ritmo que embalava o romance
Vontade, vontade que tinha de lutar
Coloquei a armadura de puro aço
Virou isopor, a espada  ultrapassou
Ferir-me as dores chegaram, a alma sangra
O fracasso quiseras que eu o aceitasse
O meu espírito gladiador disse não
Armei-me com unhas e dentes
Inúmeras batalhas lutei contra o meu algoz
Algumas sair vitorioso outras fui nocauteado
Porém com a certeza que sair fortalecido

Osvaldo Teles

Um comentário:

  1. Belo e triste poema, amigo. Já vivi esta estória... Quando somos vítimas, são mesmo estes sentimentos que afloram. Triste é quando a alma pressente o que não retornará como presente. Então o que poderia ser abraços , risos, festa, transforma=se em drama, porque a trama não foi antes, bem engendrada.A felicidade quando se consuma, é porque muitas vezes não foi bem consolidada. É preciso antes, sonhar, depois tramar,antever, pra fazer acontecer. O acaso é cheio de incertezas. Certo mesmo,é o que audível. pois que, sensível ao coração, faz os traçados, chegar à conclusão !

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