sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Melancolicamente

Traz a taça, hoje eu vou entornar, bêbado
As mágoas vão ser afogadas, enterradas
Não sei o que aconteceu, alheio
Acordei melancolicamente, tristonho
Não me reconheço, quem sou, perdido
Todo está muito estranho, desorientado
O peito aperta o coração, maltrata
Que parece que vai rasgar, sangra
Alforriei a tristeza escravizei a alegria
Pensando que estaria constante comigo
Dei exílio a solidão porém ela insiste ficar
Espreitei a felicidade mas ela não apareceu
Nenhum sinal ela deu, simplesmente sumiu
Criei uma armadura mas mesmo assim
A dor penetrou cortando como uma navalha
Contemplei o belo, almejei encontrar o amor
O danado esquivou-se do meu caminho
Procurei em esquinas, em bares
Rodei pela cidade, perdi noites
E não estava lá,levantei-me contra o mundo
Bati de frente com o destino nem olhou
Fez pouco caso, tropecei nos próprios erros
Cambaleante busquei a direção
Direcionei rumo ao meu interior
Reencontrei o interesse por mim

Osvaldo Teles

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