quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Mulher santa

Procurei-te como se procura uma agulha
No palheiro, fechei os olhos para sentir
A sua presença, quis você para enxugar
Os meus prantos, abrandando a solidão
Fiz do querer-te uma doce devoção
Nunca te quis santinha, na cama encontrei
A divindade transfigurada em mulher
Incauto ia tateando os teus contornos
Ouço  sussurros em forma de canção
Ritmado começo dar os primeiros passos
A tua parte humana transtornou o homem
Venerei-te, entreguei-me com a alma pura
Derramando sobre nós a graça do amor
A sombra da proteção da santa menina
Levou-me ao refúgio dos seres santificados
Devolvendo-me a crença perdida
Não vou reprimir o desejo contido
Libertarei o leão que ruge aqui dentro
Tiro a venda de santo, quero ser eu mesmo
Denota toda a adoração que sente por mim
És o santuário que guarda o sacrossanto
O reservatório do precioso sentimento
Aproximando o profano do divino sentir
Coloco-me de joelhos em adoração a Lili
O meu  grande achado que botei no nincho
Religando o homem mundano com o santo.

Osvaldo Teles

Nenhum comentário:

Postar um comentário