quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Na boca da noite

Na boca da noite o sol perde o seu brilho
Deixando o céu todo avermelhado, arrebol
Cigarras fazem a cantoria nas árvores
As galinhas ciscam no quintal
O gado vai mugindo para o curral
Os pirilampos se mostram na escuridão
Um ar bucólico compraz em contentamento
As flores noturnas deixam os seus cheiro
Vindo as narinas os aromas campestres
Os amantes ficam inebriados
Na varanda sobre a rede embalam-se
Vendo as mariposas valsando
Ao som da orquestra dos grilos
Levando bem longe os melhores sonhos
Quando a noite adentra o clima ameno
Cadência o avanço dos ponteiros
Cadente caem os corpos celestiais
Sendo amparados pelo colo da mãe terra
Os medos noturnos impede-me de continuar
Olhando para o telhado, figuras formam-se
Gotas da garoa caem das frestas das telhas
Mística a madrugada passa sem ser notado
A luz da rua invade pela janela  que se apaga
Sinto o respiro ofegante a tensão domina-me
Não aguento mais o sono derruba-me
Apago esperando um novo dia começar
Com a minha amada entrelaçada
Dá uma beijo na testa e levantar-me
Ouvindo a passarada cantarem
E com a festa das aves no terreiro

Osvaldo Teles

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