sábado, 24 de setembro de 2016

Chorei

Chorei, a alma se calou
Pedi a ela para ditar
Alguns versos, ela se trancou
Nada saía, emudecida ela ficou
Silenciosa ela gemia, querendo
Sarar a ferida que foi aberta
Dói, lá dentro está em frangalho
Grita só em ouvir o seu nome
Na certeza do bem que um dia me fez
Hoje as dores fez apagar até as lembranças
Já posso escultar aquela bela canção
Não despertar mais nenhum emoção
Não tira mais fôlego, foi suturado o ferimento
A alma já não geme, se acostumou
Com a sua ausência, lamentos, lamentos
Não rolam mais pelo rosto, risos, risos
Voltou a se estampar nos lábios
Sabe alma minha quanto doeu a indolência
Viajei em sonhos que não eram meus
Vem a mim lucidez, trazendo consigo a paz
Apaziguando a batalha entre dois seres
Devolvendo a querência do bem viver
Retomando a minha vida das mãos alheia
Deixando ela seguir o seu curso
E encontre a sua direção, que é o coração
Transbordando de contentamento
Ao lado da pessoa que a alma escolheu

Osvaldo Teles

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