quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Vejo o espaço vazio

Debruçado no peitoril da janela
Vejo o espaço vazio, busquei-o
Querendo ser preenchido, achei
O que estava perdido dentro de mim
Sinto o silêncio que vem de dentro
Enternecido fico com a beleza de fora
Foi a tua deslumbrante face que vi
Largas passadas dei em sua direção
Um enleio me deixa cambaleante
Busco o prumo nos seus ombros
A fadiga logo foi se despedindo
O vácuo foi ocupado por sua imagem
Evaporando o rio de lágrimas tristes
Que inundava o meu ser
Removendo rancor do meu peito
Nunca soube o que era amor de verdade
Até o seu ser revelado a mim
Emergindo do mais profundo do meu eu
Transcrevo tudo que vem lá de dentro
Fez-me esquecer o que está aparente
Por favor inconsciência deixa quieto
Tudo aquilo que trouxe sofrimento
Só não apaga as lembranças
De tudo o que de bom nós vivemos
Tim tim, vamos brindar com o vinho suave
Não olheis para mim com piedade
Acolhe-me no teu colo e com seus delicados
Dedos, afaga-me vem a minha cama
E acalenta uma criatura inquieta
Esculpindo na face traços de felicidade

Osvaldo Teles

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