sábado, 13 de janeiro de 2018

Sonhos abortados

Quanto sonhos foram abortados no ventre
Arrancado sem mesmo ter germinado
Sem ter a chance de vê-lo brotar
Gritei desesperadamente para desperta-lo
Para que não fosse sepultado no seu leito
Degladiei com o carrasco o tempo perverso
Segue a minha intuição atrás de realizações
Deparei-me com o lado oculto dos sonhos
Tentei decifrá-los porém os enigmas
Eram invisíveis aos meus olhos
Como bolhas de sabão eles flutuam livres
Bamboleando ao sopro do vento leste
Para no sideral encontrar o seu abrigo
Como o feto que foi abortado e virou anjo
Feito borboletas ele some não imensidão
Voando pelo infinito deixando a ilusão
Para que um dia tudo se torne tudo real
Despertando garbosamente da sepultura
Secando as lágrimas que escorriam copiosas
Viajei entre as estrelas vivendo o realismo
De sonhos que foram aos poucos reacendidos
Ganhando forças e fortalecendo o indivíduo
Dando nova alma para prosseguir sonhando

Osvaldo Teles

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