sábado, 18 de março de 2017

Insanidade

Vou expurgar essa dor veemente
Do meu peito que é a tua morada
A chuva cai torrencial lá fora
E cá dentro um corpo trêmulo a esperar
Sobre a cama a espera do cobertor
O teu calor é que tanto almejo
Arrepiante é o contacto dos corpos
Ouço o badalar dos ponteiros avançando
Já chegou o amanhã e você não estava lá
A noite passada ouvia o gotejar da chuteira
Batendo no telhado e caindo no alpendre
Era o som da solidão que fazia-me chorar
Quero o morninho de tuas mãos
Acariciando ternamente a minha cabeça
Arrepiando até o último fio de cabelo
Arrastando-me para turbilhões de impulsos
Pensamentos impuros toma conta de mim
Implacáveis as minhas mãos toca-te
Diga-me o que sentes neste instante
Estou beirando o estado de insanidade
Este misto de sensações tira-me a lucidez
Fala-me que já faz parte de mim
Que o encontro da carne e espírito
Transformou-nos em seres únicos
Fomos unidos pelo ato sagrado do amor
O elo fechou-se para nós estamos presos
Nos unimos pelos enlace das paixões

Osvaldo Teles

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