terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Fui homem livre

Fui homem livre, o sistema me escravizou
Quero me libertar, do meu passado
Porém as lembranças, me castigam
Os grilhões ainda, estão na alma
As chibatadas no lombo, está doídas
Tento voar, sinto-me preso ao pelourinho
O Capitão do mato, ainda me persegue
Tive que me embrenhar,na mata como bicho
Em busca de abrigo ,criando os quilombos
Os clamores dos trapos humanos escoam
Procurando os ouvidos do altíssimo
Para que se compadece do meu sofrer
Mostra-me a tua face, o grandioso Deus
Dá alento para o meu, grande sofrimento
Apaga as marcas, das ladeadas do lombo
Liberta-me a minha alma, desta servidão 
Torna amena a minha, passagem terrena
Dai-me a liberdade, dos pássaros errantes
Fazei-me voar pelo espaço a dentro
De volta a minha, terra mater
Liberdade é a única, coisa que te peço
Tira das mãos, do feitor o seu chicote
Remove os grilhões, dos meus pés
Arranca pela cepa o pelourinho 
Tira dos meus algozes,as armas de torturas
Nasci livre, meus irmãos fizeram-me escrevo
Até hoje sinto os efeitos, do sistema escravagista

Osvaldo Teles

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