quarta-feira, 27 de julho de 2016

Os meus dilemas

Viver é um eterno recomeçar
Chorei minhas mágoas
Deixei muitos sonhos a margem
Engavetados muitos ficaram
Arribei as mangas e fui a luta
Enterrei com as minhas próprias unhas
Os meus dilemas, descobri os segredos
Aparentes ficaram diante de mim
Rasguei a mascara, para não esconder
O que de fato nos interessa
As mãos calejadas pelas tarefas árduas
Hoje vão afagando um semblante aliviando
Os traços do processo de envelhecimento
Muitas vezes ajudaram-me a levantar
Os cascalhos que castigavam os meus pés
Fazendo dos grãos de areia a minha rocha
Os cascalhos que castigavam os meus pés
Usei-o para alicerçar a minha base
Onde construir o meu palacete
Sendo o meu bom Deus a fortaleza
Para que nenhum vento ou ventania
Venha derrubar às estruturas
As lágrimas que lavaram-me
Foram as mesmas que regaram
As minhas esperanças, saindo lá do fundo
Toda energia capaz de ligar a engrenagem
Ligando a partida para as alterações
Trabalhei para acumular bens
Cismei com as convocações de valores
Tornando-me amante compulsivo do ser
Arranquei das minhas entranhas a tristeza
Refletindo no exterior todo resplandecer
Contido na profundidade em um coração

Osvaldo Teles

Um comentário:

  1. Mila Ribeiro Machado

    Uauu....magnífico.....a vida...a luta diária...por um novo recomeço.....fazendo das fraquezas....suas forças....dos sonhos...sua realidade....sua motivaçâo.....dos tropeços....fez seu equilíbrio....e das pedras do caminho...suas aliadas na construçâo...dos alicerces fortes.....de sua vida.....
    Parabéns amigo poeta....por mais um poema.....que nos alimenta o sonho....nos faz acreditar....que tudo é possivel....com persistência....fé....coragem.....e humildade.....

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